Os micos continuam
Vou resumir os “micos” que cometi, pois acho que se não o fizer, escreverei um livro aqui.
E há primeira semana continuou, muita correria, faculdade, cartão do metro (passe escolar), número de contribuinte, cartão de Erasmus e etc., e a vida segue.
Até o terceiro dia não aprontei nada, quer dizer acho que perder-se na Universidade não é muita coisa, pois fiz isso varias vezes, mas o pior foi acostumar-me com o metro.
Emagreci 8k em dois meses, isso não é “mico” e sim sorte, de tanto caminhar e subir escadas. Vou contar os micos do metro em detalhes.
Aqui são três linhas: azul, vermelha e amarela, para chegar à Universidade, tem que trocar de linha três vezes, não se assustem é perto, levo 15 minutos até a faculdade, mas nas trocas de linha é onde eu mais apronto, quer dizer perco-me mesmo.
Vou colocar aqui o nome de algumas estações, para curiosidade:
Linha azul: Avenida, Marquês de Pombal, Parque, laranjeiras, Altos dos Moinhos, Colégio Militar/Luz e etc.
Linha vermelha: S. Sebastião, Saldanha, Olaias, Chelas, Bela Vista, Cabo Ruivo e Oriente.
Linha amarela: Rato, Picoas, Campo Pequeno, Entre Campos, Cidade Universitária, Lumiar e etc.
Como presto muita atenção nas coisas, imagina se iria pegar metro para o lugar errado, os metros sim é que fazem o caminho inverso, pois eu sou muito atenta, mas vivo indo para o lado contrario, culpa deles.
Quando trocamos de linha, temos que descer ou subir escada, vai para lá, vem para cá, e eu como sempre vou para o lado errado.
Tenho que volto para trás, e reiniciar todo trajeto novamente, mas o pior é quando pego a linha vermelha para Saldanha, estação que troco para a linha amarela, porque ao invés de ir para a linha amarela subo e desço as escadas, e sigo em direção São Sebastião, última estação da linha vermelha, na qual estava. O pior é que somente eu fico dentro do metro, pois às 23h quem faria isso, o condutor passa e sempre me olha, sempre, acho que ele pensa que sou maluca por metro, pois levei algumas semanas fazendo isso.
Entretanto, não para por ai, pois fui assaltada aqui em Lisboa. Levaram-me a bolsa, com tudo dentro: cartões de crédito, dinheiro (100E), câmera, celular, documentos e etc. Claro, que fui para a delegacia, pagar alguns micos por lá, pois se acham que ai as coisas não funcionam ai, imaginem aqui, paguei os pecados, pois além de ser assaltada, tive que ficar durante 4h explicando para o policial o fato, e para piorar ele anotava tudo o que eu dizia em umas folhas de rascunho, para depois digitar.
É claro que não falo muito, vocês sabem que sou de poucas palavras, foi uma comedia, por fim, nem lembrava mais do assalto, somente da briga com o policial, que mandava que eu desligasse o telefone, porque ele ligou para que eu pudesse cancelar os cartões, mas isso demorou, e a linha ficou ocupada, e tinha muitas chamadas, em espera, ai ele dizia assim:
- Podes desligar, por favor.
- Não estou esperando ser atendida.
- Mas tens que desligar.
- Não vou, porque preciso cancelar os cartões.
- Sim, mas tenho que atender as ligações.
- E eu cancelar os cartões.
- Sim, mas isso é uma delegacia.
- Por isso estou aqui.
- Mas tenho que atende.
- Atende em outro, pois não vou desligar.
Venci pelo cansaço, pois ele acabou desistindo de atender, e consegui cancelar meus cartões, foi uma loucura, mas ele até que era um português fixe (legal).
Poderia passar dias e noites contando os micos que passei, mas encerro aqui esta parte. Entretanto, têm mais, porque ainda nem contei os micos linguísticos, mas esses vou contar a parte.